07 fevereiro, 2007

Homem cidadão da Terra

Aqui estou,

de ti sou e vivo,
planeta encantado
de azul vestido.

Pelas tuas areias corro
e nado nas tuas veias.
Por montes e vales sigo
embalado pelo vento
escutando de teus pássaros a música
e o som das árvores e ervas brotando.

Aqui estou,
te percorrendo em mil sentidos
e descobrindo teus caminhos.
Terra
quantos rostos, quantas vozes
quantas vidas e mistérios
há em teus mares e continentes...

Julguei que do universo eras o centro
e, bem no meio, era aí o meu lugar.
Levei séculos a somar descobertas
e enganos, pensando-te só minha:
assim te usei, gastei e deformei
arrogante do meu ser
ignorando os outros seres.

Aqui estou,
como de um sonho acordado
procurando a perdida harmonia.

Oh, planeta encantado
quase de azul despido,
de minhas mãos e braços
não mais receias atos de desvario.

Que os animais dos bosques não fujam
quando meus passos ouvirem
e os golfinhos voltem saltando
como se entendessem meu grito
de irmão, de Homem,
cidadão desta Terra não só minha!

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