31 maio, 2007

264 – O sol poente


O sol poente
pinta de vermelho
a velha cidade


263 – O pequeno gato


O pequeno gato
lambe a pata
e lava o nariz


262 - Luar na praia


Luar na praia
em noites de Agosto
beijos nas ondas



261 – Corpo enluarado



Teu corpo enluarado
é minha estrada
- meu passeio



260 - Estrela de neve


A estrela de neve
pousou branda
na luva vermelha


259 - O granizo


O granizo
tornou-se fino, leve
- chegou a neve


258 - Do alto monte


Do alto monte
cantamos e bebemos
ao Ano Novo




257 - Ano novo


Ano novo –
cores correm no céu
esperanças no olhar


10 maio, 2007

256 – Olhando o céu


Olhando o céu
deitada na areia
escuto o mar



255 – Fogueira


Corpos juntos
à volta da fogueira
contam segredos

254 – Archotes


À luz dos archotes
sombras e animais
surgem na gruta

253 – Pavio aceso


Pavio aceso
cera caindo na mão
lá vai palavrão


252 - Telúricos xistos


Telúricos xistos
abruptos, agudos
esperam o mar


07 maio, 2007

251 – Nos verdes prados


Nos verdes prados
voam cavalos brancos
anjos sem asas

250 - No céu azul


Lá no céu azul
duas nuvens brancas
dançam e balançam

249 – Pequena gata


Pequena gata
de patas fofas
passeia entre flores

248 – De olhar turvo


De olhar turvo
na capa vermelha,
o touro investe


247 – À porta sentada


À porta sentada
amamenta o filho
cheia de luz

246 – Braços em haste


Braços em haste
fogo nos pés ligeiros
- sangue andaluz


245 – Por um segundo


Por um segundo
cruzaram seus olhares
e se perderam

244 – Com um gemido


Com um gemido
presa do prazer sentido
adormeceu


243 – As damas da noite


As damas da noite
soltam seus perfumes
de mil cores

04 maio, 2007

242 – Dois homens-meninos


Dois homens-meninos
brincam de pássaros
no céu azul

241 – Assim se recolhe


Assim se recolhe
o que a todos acolhe
sorrindo

02 maio, 2007

Adeus


Adeus ameixeira
adeus quintal
adeus casa vazia
cheia de saudades
adeus meu amigo,
bati asas e voei
rumo ao Sul
rumo ao Sol
cheia de sonhos
e de lembranças.


25 Outubro de 2005



Partida anunciada


Como em foto
já esquecida
assim me olhei
ausente
sem ter partido.
Como o ontem
logo amanhã,
rio sem margens
correndo suave
e quente.
Noite, logo dia
assim é o tempo.
Guardei em adeus
este instante
de sépia vestido.