22 novembro, 2009

Mulher dos olhos baços


Parada,
olhando sem ver
tão em si mesma perdida,
fechada
a outros olhares
a outros caminhos de vida,
ausente
de gestos e sorrisos
como estátua sem tinta,
olhos baços
sem leitura
intemporais e gastos,
como janelas
protegidas
por cortinas de luto,
enigma
que tudo pode ser,
qual vasilha vazia
pronta a receber
água e vinho,
murmúrios de vento,
e dores do parto.

Ali estava ela
como que esquecida
como se esperar
fosse seu destino na vida.



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