12 março, 2009

Onde andas alma minha?


Era quase fim do dia
a luz rareava,
o vento solto corria
como louco pela estrada.

Onde andas alma minha?

Se nuvens no céu havia
ninguém as enxergava,
apenas, e mal se ouvia,
um sino ao longe gemia.

Onde andas alma minha?

A vila estava vazia
janela e porta fechada,
parecia adormecida
como de vida cortada.

Onde andas alma minha?

no cais se movia
balançando sobre a água,
a figura triste e esguia
da barcaça naufragada.

Onde andas alma minha?

Quanta noite, quanto dia,
entre o ir e o voltar,
quanta ansiedade havia
e lágrima no olhar.

Onde andas alma minha?

O mar se agita e grita
ele está a gritar
o barco de mastro partido
é um túmulo a balançar.

Onde andas alma minha?

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