24 março, 2009

318 – Pela vidraça



Pela vidraça
um pingo de chuva
desce sem pressas



317 – A nuvem derrama



A nuvem derrama
a chuva que derrete
o morro



23 março, 2009

316 – No céu sem fim



No céu sem fim
a nave navega
nada em cetim.



315 – Deuses



Deuses
em constelações presos
trançam nossos destinos.



12 março, 2009

Onde andas alma minha?


Era quase fim do dia
a luz rareava,
o vento solto corria
como louco pela estrada.

Onde andas alma minha?

Se nuvens no céu havia
ninguém as enxergava,
apenas, e mal se ouvia,
um sino ao longe gemia.

Onde andas alma minha?

A vila estava vazia
janela e porta fechada,
parecia adormecida
como de vida cortada.

Onde andas alma minha?

no cais se movia
balançando sobre a água,
a figura triste e esguia
da barcaça naufragada.

Onde andas alma minha?

Quanta noite, quanto dia,
entre o ir e o voltar,
quanta ansiedade havia
e lágrima no olhar.

Onde andas alma minha?

O mar se agita e grita
ele está a gritar
o barco de mastro partido
é um túmulo a balançar.

Onde andas alma minha?

314 Como num vitral



Como num vitral

mil pequenas fotos
contam uma vida


07 março, 2009

313 – O trem partiu


V 313 – O trem partiu

O trem partiu
levando meu corpo.
Eu fiquei no teu olhar





312 – Doce Sol



Doce Sol de Inverno

cheio de paz
e risos de crianças